O GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL
Texto Áureo: I Co. 14.1 – Leitura Bíblica: I Co. 14.25-33,39,40
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
O
culto é um dos principais elementos litúrgicos da fé evangélica. Mas ao
longo do tempo, em virtude da pecaminosidade humana, e da busca pela
satisfação própria, esse tem sofrido uma série de deturpações. Na lição
de hoje, estudaremos a respeito do genuíno culto pentecostal.
Inicialmente, definiremos bíblico-teologicamente o que significa
cultuar, em seguida, a fim de evitar o antropocentrismo no culto,
destacaremos que seu caráter teocêntrico, e ao final, apontaremos os
aspectos do genuíno culto pentecostal.
1. DEFINIÇÃO DE CULTO
O
termo culto, tanto no hebraico quanto no grego, dá a idéia de serviço,
por isso, na língua inglesa, quando alguém vai ao culto, usa o termo
“service”. Na língua portuguesa, a idéia de culto, infelizmente, costuma
ser associada ao simples fato de freqüentar e assistir a uma celebração
religiosa, costumeiramente evangélica. Os dicionários definem “culto”
como um “conjunto das práticas religiosas usadas para prestar homenagem
ao divino; liturgia” No hebraico, as palavras para culto são as
seguintes: 1) Sharath que significa, a princípio, “freqüentar” algum
lugar enquanto servo ou adorador e ocorre três vezes em Ex. 35.19; 39.1;
39.41; 2) Tsabha pode ser encontrada sete vezes, e é usada em conexão
com os serviços executados no tabernáculo, seu sentido primário aponta
para o ajuntamento para guerrear, dentre as referências bíblicas,
destacamos: Nm. 4.30, 35, 39, 43, 8.24; 3) Yadh que significa
literalmente “abrir a mão, indicar direção, ministrar com poder”, se
encontra em I Cr. 6.31 e 29.5; 5) abhidhah que significa negócio e
trabalho: Ed. 6.18; e 6) polchan, da raiz de adorar, ministrar: Ed:
7.19. No Novo Testamento, os termos gregos para cultuar são os
seguintes: 1) douleuo, que significa, literalmente, ser escravo, estar
atado a um serviço: Gl. 4.8; Ef. 6.7; I Tm. 6.2); 2) latreia, cujo
sentido é o de render uma homenagem religiosa, manejar o serviço para
Deus, e adorar: Jo. 16.2; Rm. 9.4; 12.1 e serviço espiritual: Hb. 9.1,6;
e 3) leitourgia que significa desempenhar funções religiosas na
adoração, ministração, dessa palavra vem o termo português liturgia,
pode ser encontrada em Fp. 2.17,30. A palavra “culto”, comumente
utilizada em português, veio do latim, cujo sentido também é o de
“adoração ou homenagem que se presta a uma divindade”. Na acepção
cristã, o culto é uma disposição humana integral para adorar o Deus
Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, que se revelou em Jesus
Cristo, o Verbo que se fez carne.
2. O CULTO AO SENHOR
O
culto cristão deva ser dirigido ao Senhor, somente Ele é digno de toda
honra, glória e louvor (Sl. 29.2; 96.9). Em virtude da natureza
pecaminosa do ser humano, este tem uma tendência à egolatria, isto é, à
adoração de si mesmo. A sociedade moderna escolheu os seus deuses, e a
eles presta o seu culto, dentre os quais destacamos: o dinheiro, o corpo
e as celebridades. Mamom tem sido amplamente adorado, o próprio Jesus
destacou o perigo do culto ao dinheiro, comumente conhecido entre nós
por Mercado (Lc. 16.13). A cultura do corpo, como conseqüência do
materialismo científico, tem enfatizado unicamente o bem-estar físico,
em detrimento do espiritual. Evidentemente, o corpo é templo e morada do
Espírito Santo (I Co. 6.19), mas não pode ser objeto de culto, mesmo o
conceito de saúde precisa estender-se à dimensão espiritual, pois o
exercício físico tem algum proveito, mas a piedade serve muito mais (I
Tm. 4.8). Ao invés de adorar a Deus, muitos atualmente elegeram seus
ícones para se debruçarem diante deles. O culto às celebridades também é
praticado no contexto evangélico, há quem adore mais aos adoradores do
que a Deus, aos pregadores da Palavra que o Deus da Palavra.
Influenciadas pela modernidade, muitas igrejas valorizam demasiadamente a
aparência do culto, ao invés de centrar-se no principal, a adoração a
Deus (Sl. 95.6). Em Jo. 4.23 e 24, ao responder à indagação da mulher
samaritana sobre o lugar certo de cultuar, Jesus afirma que é Deus quem
busca os adoradores, e que somente estão aptos à adoração os que o fazem
em espírito e em verdade, isso porque Deus é Espírito, por isso, deva
ser adorado como tal, em conformidade com a revelação de Cristo, que é a
Verdade (Jo. 14.6). Portanto, mais importante do que o lugar, é a
disposição espiritual, a reverência, redenção e amor a Deus, Sujeito e
Objeto da adoração. Muitos cultos supostamente evangélicos atualmente
servem apenas para cumprir um mero ritual, as pessoas se reúnem pelos
motivos mais diversos, exceto pelo principal a adoração ao Pai em
espírito e verdade, conforme Jesus ensinou.
3. GENUINAMENTE PENTECOSTAL
A
respeito da estrutura do culto, a partir de I Co. 12.40, sabemos que
tudo deva acontecer com decência e ordem, para a edificação do Corpo de
Cristo (I Co. 14.26), e que esse deve ser racional (Rm. 12.1). Na igreja
primitiva, por não disporem de templos, os primeiros crentes se reuniam
nas casas (At. 3.1; 4.23,24), onde oravam e adoravam ao Senhor,
oferecendo contribuições voluntárias para a obra de Deus (I Co. 16.2; II
Co. 9.7; Fp. 4.18). Nesses encontros, havia espaço para a leitura de
textos bíblicos (At. 2.42; 17.11) e cânticos de adoração (Ef. 5.18-21). A
liturgia assembleiana se baseia nesses elementos do culto
neotestamentário, com algumas adaptações regionais. Os cultos costumam
ter oração inicial, hinos da Harpa Cristã, hinos cantados pelos
conjuntos e corais da igreja, leitura bíblica oficial do culto, oração
que segue logo após a leitura, apresentação dos visitantes, hinos
avulsos cantados por irmãos e irmãs da igreja local, durante um dos
hinos os dízimos e ofertas são arrecadados, depois vem à pregação
evangelísticas e/ou exposição bíblica (doutrina ou instrução). Ao final,
caso se trata de um culto evangelístico, faz-se o apelo aos visitantes,
e conclui-se com uma oração final. Embora essa ordem seja comumente
observada, o contexto pentecostal sempre foi marcado pelas operações
sobrenaturais do Espírito Santo. Ao longo do culto pessoas podem
profetizar, falar línguas (contanto que haja quem interprete), orar pela
cura das doenças e enfermidades. A condução do culto deva ser submetida
à direção do Espírito Santo, que, através da exposição bíblica e da
manifestação dos dons, edifica a igreja de Cristo.
CONCLUSÃO
A
tradição é importante, portanto, a ordem litúrgica do culto
assembleiano deva ser observada, afinal, conforme orienta Paulo, tudo
deva se acontecer com decência e ordem. Não podemos esquecer que o culto
genuinamente pentecostal é obra do Espírito Santo, que, por meio da
exposição das Escrituras e manifestações sobrenaturais, opera
maravilhosamente na igreja para o que for útil. Devemos também destacar
que o culto na igreja é apenas uma extensão do culto que tributamos a
Deus, a todo instante, em todos os lugares, experimentando a boa,
perfeita e agradável vontade de Deus, em cada momento da vida cristã
(Rm. 12.1,2).
BIBLIOGRAFIA
HORTON, S. M. A doutrina do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
SOUZA, E. A. de. Nos domínios do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.
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