A VIDA DO NOVO CONVERTIDO
Texto Áureo: II Co. 5.17 – Leitura Bíblica: II Co. 5.17; Tt. 2.11-13; 3.3-8
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo: Refletir
sobre a vida do novo convertido, enquanto nova criatura, que, a partir
do novo nascimento, passa a viver em plena comunhão com Deus,
reconhecendo o senhorio de Cristo.
INTRODUÇÃO
O
novo nascimento, ou o nascimento de cima, conforme expresso por Jesus a
Nicodemos em Jo. 3.3, é condição para ver o Reino de Deus. O crente
recém-nascido na igreja é comumente denominado de novo convertido. Na
lição de hoje estudaremos a respeito desse primeiro passo na caminhada
cristã. A princípio, atentaremos para a posição de nova criatura em
Cristo, em seguida, para a vida dessa nova criatura, e, ao final, para a
condição do novo convertido.
1. NOVO CONVERTIDO, NOVA CRIATURA
A
doutrina do novo nascimento, ou o nascimento de cima, se tornou
amplamente impopular nas igrejas evangélica, especialmente entre o
movimento pseudopentecostal (comumente chamado de neopentecostal). Essa,
no entanto, é uma revelação bíblica, expressa pelo Senhor Jesus, quando
condicionou a entrada no Reino de Deus ao novo nascimento. Em II Co.
5.17 Paulo reforça esse ensinamento ao dizer que, “se alguém está em
Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo”. A nova criatura, kaine ktisis em grego, é uma
realidade que não está restrita aos primeiros dias de fé, mas ao fato de
o ser humano, em Cristo, ter assumido uma nova posição. O versículo 17
está em conexão com o 16, por esse motivo, há um elemento de relação
gramatical: “assim que”. Para Paulo, o fato de Jesus ter morrido e
ressuscitado ensejou a construção de outra dimensão, isto é, a vivemos
sempre de bom ânimo (II Co. 5.6), não mais pelo que vemos, mas pela fé
(II Co. 5.7), na expectativa do tribunal de Cristo, quando as obras dos
crentes serão julgadas (II Co. 5.10); constrangidos pelo amor de Cristo
(II Co. 5.14), por isso, “as coisas velhas já passaram”. É nesse
contexto que, diz Paulo aos Gálatas, “Porque em Cristo Jesus nem a
circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma
nova criatura” (Gl. 6.15) e os que andam assim, “paz e misericórdia”
(Gl. 6.16). Isso porque fomos criados em Cristo Jesus (Ef. 2.10), para
tanto, revestidos do novo homem, a fim de sermos segundo a imagem
daquele que o criou (Cl. 3.10).
2. A VIDA DA NOVA CRIATURA
O
motivo para essa nova realidade é que a graça de Deus, isto é, Seu
favor imerecido, se manifestou em Cristo, a fim de trazer salvação à
humanidade (Tt. 2.11). Paulo diz, em Cl. 1.26-28: “O mistério que esteve
oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi
manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são
as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em
vós, esperança da glória; a quem anunciamos, admoestando a todo o homem,
e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos
todo o homem perfeito em Jesus Cristo”. Porque Cristo se manifestou, em
graça, a bendita esperança da nova criatura é a revelação gloriosa do
“grande Deus e nosso Senhor” (Tt. 2.13). Enquanto essa não acontece,
devamos permanecer nos ensinamentos do Mestre, sendo educado, nos cultos
de instrução, nos estudos bíblicos, na Escola Bíblica Dominical, a fim
de que vivamos, “renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas”,
a presença do aoristo grego, nessa declaração, intensifica o caráter
dessa decisão, que deva ser definitiva, sem fazer concessão ao pecado,
negando peremptoriamente em palavras e obras a impiedade, asebeia em grego que pode também significar a irreverência em relação às coisas de Deus e as concupiscências mundanas, tas kosmikas epithumias
em grego, os desejos desenfreados que governam as vidas daqueles que
estão distanciados de Deus. Neste presente século, vivamos não mais para
nós mesmos, mas para Aquele que por nós morreu e ressuscitou (II Co. 5.
15), do seguinte modo: sobriamente (sophronos) – com a mente sã, moderada, discretamente; justamente (dikaios) – honestamente, retamente; e piamente (eusebos)
– em disciplina espiritual. A esse respeito diz o Apóstolo aos Romanos,
aplicável a todos os crentes atuais, sejam novos ou velhos convertidos:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os
vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o
vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede
transformados pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”
(Rm. 12.1,2).
3. A CONDIÇÃO DA NOVA CRIATURA
Anteriormente
éramos “insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias
concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos,
odiando-nos uns aos outros” (Tt. 3.3). Felizmente apareceu um “mas” em
nossas vidas, uma conjunção adversativa, um “porém”, isso aconteceu
“quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador, para
com os homens”. A manifestação de Cristo traz uma implicação
ético-existencial para a nova criatura, essa não pode mais continuar
vivendo como antigamente, cometendo os mesmos pecados de outrora. Não
fomos salvos pelas obras próprias, pois a salvação é pela graça, por
meio da fé (Ef. 2.8,9), no entanto, depois de salvos, devemos praticar
boas obras, as quais Deus mesmo preparou para que andássemos nelas (Ef.
2.8,10), a maioria dos cristãos lembram bem dos versículos 8 e 9 do
capítulo 2 da Epístola de Paulo aos Efésios, mas esquecem do importante
versículo 10. As obras não conduzem à salvação, mas devam acompanhar a
salvação, elas manifestam, perante a sociedade, que de fato somos
nascidos de Deus (I Jo. 5.1,4,18). Afinal, conforme expressou Tiago, a
fé sem as obras é morta (Tg. 2.14-26), é por meio delas que as pessoas
que nos cercam podem ver que pertencemos a Deus. Essa não é uma palavra
de homens, mas de Deus, portanto, “fiel e digna de aceitação” (I Tm.
4.9), portanto, devemos dizer “amém”, a Palavra de Deus é inspirada pelo
Espírito, é a partir dela que a nova criatura pauta a sua vida, ela é
“proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir
em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra” (II Tm. 3.16,17).
CONCLUSÃO
Aplicar-se
às boas obras deva ser a meta principal de todo cristão, novo ou antigo
convertido, o motivo, diz o Apóstolo, é que estas coisas são “boas e
proveitosas” (Tt. 3.8), os temos gregos são kalos, que quer dizer excelentes, nobres e ophelimos,
lucrativas. Nesse tempo em que as pessoas somente pensam no ter, o
desafio do crente é o ser, buscar a vontade de Deus, vivendo a partir
dos princípios do Reino de Deus, distintos dos valores dessa era
presente. Os que são novas criaturas em Cristo, portanto, vivem a partir
de uma nova realidade, as coisas velhas se passaram tudo se fez novo. A
partir de então, seu olhar sobre o mundo e suas atitudes em relação à
vida devem estar em conformidade com aqueles que são súditos do Reino de
Deus.
BIBLIOGRAFIA
LADD, G. E. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Exodus, 1997.
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
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