O REINO DE DEUS ATRAVÉS DA IGREJA
Texto Áureo: Mc. 11.5 – Leitura Bíblica: Lc. 17.20,21; Mt. 18.1-5; Mc. 10.42-45
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo: Destacar a
importância da Igreja do Senhor Jesus manifestar o Reino de Deus neste
mundo, através da proclamação do Evangelho de Cristo.
INTRODUÇÃO
A
Igreja não é o Reino de Deus, mas exerce papel preponderante neste. Por
isso, na aula de hoje, destacaremos a relevância da Igreja na
manifestação do Reino de Deus neste mundo. A princípio, faremos uma
análise da Igreja e sua relação com Israel e o Reino de Deus. Em
seguida, apontaremos o papel representativo da Igreja no Reino de Deus. E
por fim, apresentaremos alguns aspectos éticos do Reino de Deus.
1. ISRAEL, A IGREJA E O REINO DE DEUS
No
meio teológico há uma confusão entre o Reino de Deus, Israel e a
Igreja. Isso acontece porque a Escritura não apresenta explicitamente
essa relação. Conforma já estudamos em lições anteriores, e com base no
Novo Testamento, o Reino de Deus é a obra redentora de Deus ativa na
história para derrotar seus inimigos e trazer aos homens as bênçãos do
reinado divino. Inicialmente o Reino foi disponibilizado a Israel.
Quando Jesus enviou Seus discípulos, os orientou para que fossem antes
“às ovelhas perdidas de Israel” (Mt. 10.6). Mas aqueles que ouviram a
mensagem do Rei a rejeitaram, por isso, no dia do juízo haverá menor
rigor para Sodoma do que para aquela geração (Mt. 11.24). Por
conseguinte, o convite de Jesus foi estendido a todos, a fim de que
venham até Ele, todos que os que estão cansados e sobrecarregados (Mt.
11.28,29). Os Judeus queriam um reino político, por meio do qual
poderiam vencer seus inimigos, mas Jesus negou-se a ser coroado (Jo.
6.15), e ofereceu-lhes, ao invés de um reino terreno, o pão espiritual
(Jo. 6.52-57). Em Mt. 16 está registrado o propósito do Senhor ao formar
um novo povo de Deus, a Igreja. A mensagem do Reino de Deus pode ser
confundida, não por acaso, ainda nos tempos de Jesus, já que “muitos dos
seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo” (Jo. 6.66),
certamente porque esperavam um reino terreno imediato. Apenas alguns
poucos, conforme expresso por Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus
vivo” (Mt. 16.16). A igreja recebeu as chaves do Reino, por isso, “o que
ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na
terra terá sido desligado nos céus” (Mt. 16.18,19). A parábola de Mt.
21.33-42 revela com clareza que Deus confiara sua vinha a Israel, mas
que o “Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê
os frutos do Reino” (v. 43). Por esse motivo Pedro destacou que esse
novo povo, a Igreja, é “geração eleita, sacerdócio real, nação santa” (I
Pe. 2.9), isso porque, agora, “os que são da fé são filhos de Abraão”
(Gl. 3.7).
2. IGREJA, REPRESENTANTE DO REINO
O
Reino de Deus impera atualmente por intermédio da Igreja de Jesus
Cristo, a ela compete à tarefa de pregar o evangelho do Reino no mundo,
por esse motivo Felipe foi para Samaria, a fim de pregar as “boas novas
do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (At. 8.12) e Paulo para Roma
onde pregou primeiro aos judeus e, depois, aos gentios, o Reino de Deus
(At. 28.23,31). Os que crêem nessa mensagem são libertos do domínio das
trevas e transportados para o Reino do Filho amado de Deus (Cl. 1.13).
Assim, ainda que a Igreja não seja o Reino de Deus, o Reino de Deus cria
a Igreja e opera no mundo por meio dela, de modo que o Reino de Deus é
proclamado pela Igreja. A igreja nada tem a ver com Israel, pois essa
teve o seu início no dia de Pentecostes (At. 2; I Co. 12.13). Essa mesma
Igreja que deve influenciar a sociedade através da pregação da Palavra
de Deus, ela não pode se escusar da responsabilidade de transformar a
história, como sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16). O mundo
precisa que a Igreja seja igreja, mas, infelizmente, existem “igrejas”
que preferem ser como o mundo. Cada cristão, nesse contexto, é chamado
para representar Cristo ao mundo, tendo, assim, autoridade delegada (II
Co. 5.19,20; Mt. 28.19). É importante lembrar ainda que em Gn. 1.28, no
tange à Comissão Cultural, Deus chamou Adão para ser Seu representante
para multiplicação e para difundir os princípios do reino de Deus sobre a
terra. A Igreja precisa estender seus horizontes a fim de influenciar o
mundo, para tanto, ela deve ocupar espaços na sociedade, os membros da
Igreja devam ser exemplo no padrão bíblico de família, no trabalho
honesto, nos princípios econômicos, na execução de leis, na produção
científica, na literatura, na música, no cinema e nas artes em geral.
Vários cristãos deixaram suas marcas na sociedade, esses servem de
exemplo: Martin Luther King Jr. (política), Johannes Sebastian Bach
(música), John Donne (literatura), C. S. Lewis (literatura), Jacques
Ellul (sociologia), Francis Collins (ciência), Soren Kierkegaard
(filosofia), entre muitos outros.
3. O MAIOR E O MENOR NO REINO DE DEUS
Nos
reinos (ou governos) terrenos predominam a competitividade, por isso,
todos querem ser o maior, ninguém quer ser o menor. O vereador almeja o
senado, o prefeito a presidência da república, mesmo na instituição
eclesiástica, o diácono aguarda ansiosamente pelo dia em que será
consagrado a pastor. Mas no Reino de Deus não é assim, não há espaço
para orgulho ou ambição (Mc. 9.33-37). Jesus percebeu imediatamente o
perigo da busca pela grandeza, tendo por base o reino dos homens. Por
isso, ensinou aos seus discípulos sobre humildade e simplicidade,
enquanto características fundamentais dos súditos do Reino de Deus (Mt.
18.2,4). No reino dos homens vale mais quem acumula riquezas materiais,
no Reino de Deus vale mais quem é mais humilde, quem se entrega à
simplicidade. Por isso, quem quiser ser o maior deva ser identificado
com uma criança, não pela condição moral, isto é, sua pureza, mas pelo
pouco valor que se costumava dar a essas na sociedade antiga (Mt.
19.13-15). O maior no Reino de Deus é o servo de todos (Lc. 22.26,27),
esse é o verdadeiro sentido da palavra “ministro”, todo súdito do Reino é
um diácono, na expressão da palavra grega. O próprio Cristo é o maior
exemplo de humildade, pois assumiu a condição humana para sacrificar-se
pelos nossos pecados (Fp. 2.5-11). O padrão de servidão de Jesus, como
modelo para o súdito do Reino de Deus, pode ser destacado a partir das
seguintes características: 1) Humildade – Jesus deu o maior exemplo de
serventia, lavando os pés dos Seus discípulos, ordenando-lhes que
fizessem o mesmo (Jo. 13.12-17); 2) Simplicidade – Jesus orientou aos
Seus discípulos para que esses não estivessem demasiadamente preocupados
com cargos e posições (Mt. 20.20.27); 3) Prudência – Jesus avaliava as
circunstâncias antes de agir, ele pensava antes de tomar decisões (Mt.
10.16); 4) Diligência – Jesus não perdia tempo, Ele fazia o que devia
ser feito, sabia escolher as prioridades (Jo. 4.34; 9.4); 5) Amor –
Jesus amou aos Seus discípulos incondicionalmente, permanecendo ao lado
deles até o fim (Jo. 13.1; Gl. 5.13); 6) Sacrifício – Jesus sacrificou
seus interesses em prol dos outros, essa era a Sua missão (Lc. 9.51-56);
7) Misericórdia – Jesus foi misericordioso com os pecadores,
tornando-os filhos de Abraão (Lc. 19.1-10); 8) Obediência – Jesus não
fazia a Sua vontade, Seu propósito era obedecer à vontade do Pai (Mt.
26.42; Lc. 2.47; Hb. 5.8); 9) Paciência – Jesus sabia o momento certo de
agir. Ele usou a expressão “não é chegada a minha hora” para demonstrar
essa característica (Jo. 2.4); e 10) Dependência – Jesus dependeu do
Espírito Santo para realizar grandes feitos para Deus (Lc 4.18).
CONCLUSÃO
A
igreja faz parte do Reino de Deus, na verdade, esta é representante do
Reino de Deus na terra. Essa revelação é um privilégio, mas, ao mesmo
tempo, uma responsabilidade. Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, nos
somos enviado por Ele como embaixadores (Jo. 20.21) para manifestar Seu
plano e propósito visível e invisível (Mt. 13.11; Ef. 1.9; 3.9-11). Tal
responsabilidade nos conclama a um padrão de justiça que exceda a dos
escribas e fariseus (Mt. 5.20), tendo Jesus, o Senhor do Reino, como
modelo a ser seguido (I Co. 11.1).
BIBLIGRAFIA
CHARLES, C., PEARCEY, N. O cristão na cultura de hoje. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
LADD, G. E. O evangelho do Reino. São Paulo: Shedd Publicações, 2008.
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