A VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES
Texto Áureo: Fp. 4.12,13
– Leitura Bíblica: Fp. 4.10-13
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Ninguém está livre de aflições, nem mesmo os cristãos, essa é uma
verdade bíblica e experiencial (Jo. 16.33). Estudaremos, na lição de hoje, a
última do trimestre, que as aflições são reais. Inicialmente apresentaremos uma
abordagem bíblica a respeito das aflições. Em seguida, trataremos sobre as
aflições na vida do apóstolo Paulo, e ao final, mostraremos encaminhamentos
escriturísticos para uma vida plena, apesar das aflições.
1. AS AFLIÇÕES DA VIDA
Conforme
estudamos ao
longo deste trimestre, muitas são aflições do justo (Sl. 34.19). As
pessoas
podem perder o que têm, tal como aconteceu com Jó (Jó. 1.11-19), os
próprios
entes queridos (I Sm. 18.14), e a honra (Jó. 15.35). A doença é
considerada uma
das principais aflições na vida do crente (Pv. 18.14). A violência,
desde a
antiguidade, perturba o ser humano (Sl. 94.3-7; Is. 1.15-17). Atrelada a
essa
está a cultura do medo, que provoca pavor e pânico nas pessoas (Jó.
4.13,14). Em uma sociedade que
privilegia o sucesso, as pessoas também têm medo do fracasso (Sl. 31.17;
Is.
37.27). Diante das aflições o crente reage de formas diversas, alguns
deles
tentam fugir (I Rs. 19.3), gemem e choram (Sl. 79.11; Ez. 21.11). Mas
como cristão, temos Cristo o maior exemplo diante dos sofrimentos (Is.
53). Ao invés da angústia, podemos ir adiante, inspirado na fé dos
antigos (Mt. 5.12; At. 7.53;
Hb. 11.35-38; Tg. 5.10). Isso mostra que não estamos sozinhos, nos
identificamos tanto com aqueles que sofreram antes de nós quanto com
aqueles que sofrem no momento presente, na comunidade da fé (I Co.
12.26). A cada dia passamos por aflições diversas, algumas de ordem
política, outras social e econômica (Lc. 16.19; At. 12.1; Hb. 10.34; Tg.
2.6). Mas como Cristo temos consciência da nossa missão na terra, que é
servir, e não ser servido (Mc. 10.33), em obediência até a morte (Fp.
2.8). Muitas igrejas atuais fogem da mensagem
da cruz, isso porque ela continua sendo escândalo e vergonha (I Co.
1.8), ninguém quer ser
fraco ou perdedor (Mc. 8.32,33). O caminho de Jesus é diferente, pois
Ele sabe o que é padecer, na cruz passou
pela dor do abandono (Mc. 15.34; I Co. 1.23; 2.2). Sua morte teve um
caráter sacrificial, através dela Ele retirou
os pecados daqueles que creem (Hb.
2.14,18; 4.15; Jo. 12.24; 13.1; 15.12). A salvação é garantida aqueles
que creem, não precisamos mais sofrer para sermos salvos, mas para nos
identificarmos com a condição cristã (Jo. 15.20; II Co. 4.8;
Fp. 3.10).
2. AS AFLIÇÕES NA VIDA DE
PAULO
Paulo
tinha consciência da sua identificação com as aflições de Cristo (II
Co. 6.8-10). Por isso, apesar de tudo, e contra todos, nos ensina a não
nos desesperarmos, nem pensar que estamos desamparados (II Co. 4.10),
pois a vida nos aguarda, mesmo diante da morte (II Co. 6.9). Nem mesmo a
fraqueza deve ser motivo de desequilíbrio, pois quando pensamos que
estamos fracos, na doença e na perseguição, somos fortalecidos pela
graça do Senhor (II Co. 12.9). Na
medida em que tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também nos
alegramos na
bendita esperança da glória (I Pe. 4.13). Enquanto caminhamos, nos
voltamos para os fracos e necessitados deste mundo, tal como fez o
Senhor Jesus Cristo (I Ts. 1.6). Ao invés da fama terra, a motivação do
crente para estar na igreja, e ser igreja, é servir, seguindo o exemplo
de Cristo (Mc. 10.45). O
mundo é contra Deus, ele perseguiu a Cristo, por essa razão os crentes
estão no mundo,
como ovelhas no meio de lobos (Mt. 10.16). Paulo estava ciente dessa
verdade, quando Jesus o chamou não lhe prometeu glória, honra e riqueza,
mas sofrimento por amor a Ele (At.
9.15). Seguir, para o Apóstolo, significava completar o ministério de
Jesus (At. 20.24), como diáconos de Deus (II Co. 6.4). Muitos foram os
seus sofrimentos de Paulo (II Co. 11.23), e como ele, devemos suportar
tal condição (II Co. 1.6; Fp. 1.29) e enfrentar as adversidades (II Tm.
1.8,12; 4.5). Paulo foi levado à
presença de governadores e reis por causa de Cristo (Mc. 13:9; Mt.
10.17; Fm.
1.13), sendo acoitado com varas pelos romanos (II Co. 11.32). O mundo
segue esses mesmos padrões e deseja que todos se dobrem diante do seu
governo. Mas os verdadeiros cristãos, por optarem pelo senhorio de
Cristo, e serem diferentes, acabam passando por aflições (Jo. 15.18-20;
II Tm. 3.12).
3. ESPERANÇA, APESAR DAS
AFLIÇÕES
As
aflições somente são compreendidas a partir da cruz de Cristo, pois
a sabedoria de Deus se revela no Crucificado (I Co. 1.18). É através
dessa
loucura que somos chamados por Deus (I Co. 1.25), agraciados (Fp. 1.29),
bem-aventurados
(Mt. 5.33) e cheios do Espírito (I Pe. 4.14). Por isso, apesar das
aflições,
nos regozijamos no Senhor (I Pe. 4.12), ate mesmo nas fraquezas (II Co.
12.5,9). É nesse contexto que mesmo atribulados jamais perdemos a
esperança (II
Co. 6.4; Rm. 8.35), perplexos, às vezes, mas nunca desanimados (II Co.
1.8), pois Deus
nos consola nas aflições (II Co. 1.4). É maravilhoso saber que as
aflições do tempo presente apontam
para a dimensão escatológica, para o peso de glória que está reservada
aos que creem (Rm. 8.18). Para os adeptos do triunfalismo de Corinto (I
Co. 4.8), que se aplica aos destes dias, Paulo destacou que Deus colocou
os apóstolos como condenados à morte (I Co.
4.11,12). Muitos querem fama, glória e riqueza agora, mas somente na
dimensão escatológica seremos glorificados (Rm. 8.22), na expectação
pelos tabernáculos eternos (II Co. 5.4).
Naquele dia finalmente Deus enxugará dos olhos toda lágrima, já não
haverá mais
morte, nem sofrimento, nem pranto nem dor (Ap. 21.4). Enquanto
estivermos neste
corpo, não podemos desfrutar plenamente das glórias futuras, pois a
morte, a
última inimiga a ser vencida (I Co. 15.26), ainda não foi totalmente
derrotada
(II Co. 12.7), trazendo sofrimentos às pessoas (Ap. 2.10). Apesar das
aflições,
o crente não se entristece, pois o Espírito Santo produz nele a alegria
(I Ts.
1.6; 5.16; Gl. 5.22). Essa alegria nos conduz à paciência e firmeza no
Deus (Rm. 15.5) que fortalece para toda paciência e persistência (Rm.
12.12; Cl. 1.11; I Pe. 5.1).
CONCLUSÃO
Os
que passam por aflições, no tempo presente, partilham com Cristo
das Suas tribulações (II Co. 1.5; I Pe. 4.13). Por isso, apesar de tudo,
e
esperando contra toda esperança (Rm. 5.2; 8.24). Essa convicção dá ânimo
para seguir adiante, confiante que que nada nos separará do amor de
Deus em Cristo Jesus (Rm. 8.35). Não podemos desanimar pois as aflições
apenas mostram nossa solidariedade com as aflições de Cristo e dos
irmãos (Rm. 12.4, 15; I Co. 12.12,26). Ao invés de julgarmos, devemos
antes carregar os fardos uns dos outros (Gl. 6.2,10; I
Tm. 5.3), suprindo suas necessidades (Tg. 2.15; 5.14). E na fartura ou
necessidade, não perdemos a esperança, pois tudo podemos nAquele que nos
fortalece (Fp.
4.12)
BIBLIOGRAFIA
GERSTENBERGER, E. S. SCHRAGE, W. Por
que sofrer?. São Leopoldo: Sinodal, 2007
TADA,
J. E. Deus: seu maior aliado nos
momentos de dor. São Paulo: Thomas Nelson, 2011.