ZACARIAS –
O REINADO MESSIÂNICO
Texto Áureo: Jr. 23.5 –
Leitura Bíblica: Zc. 1.1; 8.1-23
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Jesus é o Messias Prometido para Israel,
ainda que este povo, no tempo
em que Ele veio à palestina, não o reconheceu como tal (Jo. 1.11). Mas
há esperança para esse povo, pois o Senhor, o Messias Prometido, virá,
para estabelecer o Seu reino. Na lição de hoje, a
partir da profecia de Zacarias, destacaremos a natureza messiânica de
Cristo. A
princípio, apontaremos os aspectos contextuais, em seguida, a mensagem
de
Zacarias, e ao final, sua aplicação para os dias atuais.
1. ASPECTOS CONTEXTUAIS
Zacarias, cujo nome
significa “Deus se lembra”, é reconhecido como “o profeta da esperança”.
Ele profetizou
por volta de 520 a 480 a. C., com o propósito de dar esperança ao povo
em
relação à libertação futura que o Senhor daria através do Seu Messias. A
mensagem é destinada aos judeus que retornaram do exílio babilônico para
reconstruir o Templo. Ageu e Zacarias conscientizaram o povo de Deus a
prosseguirem
com o trabalho de reconstrução, encorajando-o a assumir a
responsabilidade. Ele
foi chamado ainda jovem para o ministério profético, pela sua
genealogia, é
possível afirmar que era membro de uma família sacerdotal. Quando mais
velho,
após o retorno do cativeiro, substituiu seu avo Ido, como patriarca da
família
(Ne. 12.16). O versículo-chave do seu livro se encontra em Zc. 9.9,10:
"Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis que
o teu
rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre
um
asninho, filho de jumenta. E destruirei os carros de Efraim e os cavalos
de
Jerusalém, e o arco de guerra será destruído; e ele anunciará paz às
nações; e
o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e desde o rio até as
extremidades da terra”. Entre os profetas menores, este é o que mais tem
cunho
apocalíptico e enfoca com maior propriedade o reinado messiânico. Seu
livro
contem uma série de visões a fim de revelar a vitória definitiva de
Deus.
Dentre os temas messiânicos destacamos: solidão e humildade (Zc. 6.12),
traição
(Zc. 11.12,13), divindade (Zc. 3.4; 13.7), sacerdócio (Zc. 6.13), e
reinado
(Zc. 6.13; 9.9; 14.9,16). O livro pode assim ser dividido: chamado ao
arrependimento (Zc. 1.1-6); chamado ao retorno (Zc. 1.7-6.15) e o
retorno de
Deus (Zc. 6.9-14.21).
2. A MENSAGEM DE ZACARIAS
Zacarias conclama o povo ao arrependimento, exortando-o a dar
prioridade a Deus, consoante à mensagem de Ageu (Zc. 1.1-6). A mensagem é
apresentada a partir de oito visões, as primeiras relacionadas ao futuro de
Jerusalém. O povo desfrutará de paz, bonança do Senhor estará sobre ele (Zc.
1.7-17). Mas no futuro o povo passará por aflição, decorrentes dos chifres e
demolidores. Essa mensagem é alusiva à visão de Daniel sobre os quatro reinos
mundiais que surgirão diante da chegada do Messias (Zc. 1.18-21). Mas um
construtor edificará a Nova Jerusalém, a qual Deus reconstruirá no final da
história (Zc. 2.1-13). Zacarias vê o sumo sacerdote com vestes sujas, diante do
Anjo do Senhor (Zc. 3.1-3), que receberá vestes limpas do Senhor. Isso diz
respeito à purificação do pecado através da chegada do Messias (Zc. 3.4-10).
Ele também vê árvores que representam funções reais e sacerdotais. A pessoa do
Messias unificará essas duas funções, pois será tanto Rei quanto Sacerdote (Zc.
4.1-14). Há também um rolo, que representa a maldição de Deus sobre o pecado
(Zc. 5.1-4). O pecado será removido, Babilônia terá o seu fim, e com ela a
história humana (ZC. 5.5-11). Em outra visão dois carros são erguidos de dois
montes, os quais devem percorrer toda terra, trata-se da chegada do juízo de
Deus (Zc. 6.1-8). Na oitava visão
Zacarias contempla uma coroa, representando o triunfo do Messias, que edificará
o Templo do Senhor (Zc. 6.9-15). O povo questiona em Betel a respeito do jejum,
como consequência da queda do Templo de Salomão (Zc. 7.1-3). Em tom de censura
Deus repreende a tristeza do povo (Zc. 7.4-7) e critica as práticas rituais
meramente religiosas (Zc. 7.8-14). Nem tudo está perdido, há esperança no
futuro, pois Jerusalém voltará a ser o centro, as nações a ela se dirigirão a
fim de suplicar o favor do Senhor (8.1-23). Deus cumprirá Suas promessas em
relação ao Seu povo, defenderá Jerusalém do ataque das nações (Zc. 9. 1-8),
conquistará os inimigos (Zc. 9.11-10.1), julgará os líderes irresponsáveis
(Zc.10.2-12), o reinado messiânico será estabelecido (Zc. 11.1-3), o povo
finalmente será unificado (Zc. 11.4.-14), enquanto esse dia não chega, líderes
insensatos continuarão enganando o povo (Zc. 11.15-17). Quando a história
humana terminar, e o Reino de Deus for plenamente estabelecido, o nome de Yahweh terá prioridade (Zc. 12.10-13.9). Israel se
voltará para o Senhor, para Aquele a quem transpassaram, pois não terão outra
escapatória diante das nações (Zc. 14.1,2). O Senhor aparecerá com as suas
hostes angelicais, isso abaterá o monte das Oliveiras (Zc. 14.3-8). Ele
estabelecerá Seu reino (Zc. 14.12-15), os sobreviventes das nações farão um
pacto com o Senhor (Zc. 14.16-19), todo o povo será “Santo ao Senhor” (Zc.
14.20,21).
3. PARA HOJE
O povo de Israel, como
alguns cristãos da igreja, anda distante do Senhor, desgarrado como ovelhas que
se afastaram do Seu Pastor (I Pe. 2.25). O Deus de Israel não se esqueceu do
Seu povo, Ele se revelou de muitas formas ao longo da história, nesses últimos
tempos através de Cristo (Hb. 1.1). A igreja precisa dar ouvidos ao que o
Espírito diz, Sua voz pode ser escutada através da mensagem de Jesus (Ap.
1.20). Ele conduz a história da Sua igreja, para tanto, essa precisa segui-lo (Lc.
9.23), a fim de desfrutar da Sua precisa constante (Mt. 28.20). Ao lado de
Jesus a igreja é poderosa, não com armas humanas, mas celestiais, para destruir
as forças satânicas (II Co. 10.4,5). Ele é o Senhor da igreja, não apenas na
eternidade, mas já, é a glória que ilumina sua atuação (Ap. 21.23,24). No
futuro Cristo virá como messias, para reinar entre as nações, mas hoje Ele já
reina na igreja (Ap. 19.7,8). Ele intervém por ela, pois é Seu Sumo Sacerdote,
que não precisa mais oferecer sacrifícios, pois o Seu foi perfeito (Hb.
7.26,27; 10.12,14). Por causa do Seu sacrifício, o Espírito do Senhor está à
disposição de todos aqueles que se voltam para Cristo (Jo. 14.16,17; 15.26;
16.7-15). Um novo templo foi construído, Cristo é a pedra fundamental dessa
edificação (Ef. 2.21). No futuro Ele virá, o Rei de Sião se manifestará, se
cumprirão as profecias a Ele alusivas (Mt. 21.5; Jo. 12.15), como Rei dos reis
e Senhor dos senhores (Ap. 19.11-16). Ele vencerá os poderes satânicos, o
império do anticristo, que será instalado durante a Tribulação (II Ts. 2.1-12; . 2.18-27; 4.1-3; II Jo. 7).
CONCLUSÃO
No futuro a ira de Deus será derramada, inclusive sobre Jerusalém (Ap.
14.9,10; 16.19). Mas o destino de Israel, o povo de Deus, continua debaixo do
controle divino (Rm. 11.26). Há esperança, pois após a batalha final, Jesus
restituirá o reino a Israel (At. 1.11). Todo domínio humano terá o seu fim, o
reino de Deus finalmente triunfará (I Co. 15.24). Antecipando esse tempo, que
será de santidade, a igreja deve já viver em conformidade com a vontade do
Senhor, sendo santa como Ele é Santo (I Pe. 1.15), pois sem santidade ninguém
verá o Senhor (Hb. 12.14).
BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. Ageu, Zacarias e
Malaquias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids:
Bakerbooks, 2006.