MALAQUIAS –
A SACRALIDADE DA FAMÍLIA
Texto Áureo: Gn. 2.24 –
Leitura Bíblica: Ml. 1.1; 2.10-16
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
A sacralidade é um dos temas abordados por Malaquias em sua mensagem e
que será enfocado na lição de hoje. Mas outros assuntos são tratados por esse
profeta, cujo livro encerra o cânon do Antigo Testamento. A principio
destacaremos os aspectos contextuais do livro, em seguida, sua mensagem, e ao
final, sua contextualização para os dias atuais.
1. ASPECTOS CONTEXTUAIS
Malaquias, cujo nome
significa “meu mensageiro”, tem como objetivo confrontar o povo em relação aos
seus pecados e restaurar o relacionamento com Deus. O destinatário da sua
mensagem é o povo de Judá, após o retorno do cativeiro babilônico. Malaquias
provavelmente profetizou depois de Ageu e Zacarias, no tempo posterior a
Neemias. A data aproximada do escrito é 430 a. C. Mesmo o Templo tendo sido reconstruído,
o povo perdeu o ânimo pela adoração ao Senhor. O sentimento comum entre o povo
é de apatia e desilusão. O versículo-chave de Malaquias se encontra em Ml.
4.1,2: “Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os soberbos e
todos os que cometem impiedade serão como palha; e o dia que está para vir os
abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz
nem ramo. Mas para vós que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça e
salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e crescereis como bezerros do
cevadouro”. O estilo linguístico de Malaquias é retórico, apelando para o
método de perguntas e respostas, sempre de cunho dramático, como em Ml. 3.7,8. O
livro de Malaquias pode ser assim dividido: 1) o amor de Deus pela nação
israelita (Ml. 1.1-5); 2) o pecado da nação (Ml. 1.6-3.15); 2.1) o pecado dos
sacerdotes (Ml. 1.6-2.9); 2.2) O pecado do povo (Ml. 2.10-3.18); 3) as
promessas de Deus para Israel (Ml. 4); 3.1) predição da vinda de Cristo (Ml.
4.1-3); 3.2) predição da vinda de Elias (Ml. 4.4-6).
2. A MENSAGEM DE
MALAQUIAS
O mensageiro do Senhor inicia ressaltando o amor de Deus pelo Seu
povo, amor esse questionado, tendo em vista as múltiplas adversidades pelas
quais passou (Ml. 1.1-5). As provações podem fazer com que as pessoas
questionem o amor de Deus, mas Ele as ama, o Seu povo não teria motivos para
lamentar, pois o Senhor continuava destinando a ele os seus cuidados (Ml. 1.6-14).
O problema estava nos sacerdotes, que espelhavam um comportamento vergonhoso
perante o povo. A apatia dos judeus era reflexo do descaso dos sacerdotes, que
corrompiam a nação (Ml. 2.1-9). Tal corrupção era concretizada nos
relacionamentos conjugais. Ao invés de casarem entre si, os judeus estavam
investindo em casamentos mistos. Os divórcios estavam se tornando prática comum
entre o povo de Deus. A ausência de convicção doutrinária resulta em práticas
morais distanciadas dos princípios divinos. Por causa disso, as orações deixaram
de ser respondidas (Ml. 1.10-16). A exortação divina é para que Seu povo esteja
atento à mensagem dAquele que será enviado. Um profeta virá e trará confronto e
advertência, já que o Messias imporá Sua justiça (Ml. 3.1-5). O profeta que
preparará o caminho, conforme a narrativa de Mt. 11.10; Mc. 1.2l Lc. 7.27 se
trata de João Batista. Outro descaso dos judeus, em relação aos procedimentos
divinos, é manifestado na falta compromisso diante dos dízimos e ofertas (Ml.
3.5-10). O povo não trazia mais suas contribuições para a Casa do Tesouro.
Apenas alguns poucos se interessavam pelas coisas de Deus, esses são reconhecidos
como “particular tesouro” para Ele (Ml. 3.11-18). Malaquias conclui sua
mensagem advertindo o povo quanto ao julgamento vindouro. Deus enviará o profeta
Elias antes que venha o Dia do Senhor, quando ferirá “a terra com maldição”
(Ml. 4.1-6).
3. PARA HOJE
Infelizmente as desilusões da vida podem nos levar a questionar o amor
de Deus. Somos tentados, diante das adversidades, a pensar que Ele não mais se
interessa por nós. Quando a noite chega, e não há estrelas no céu, perguntamos:
Senhor, Tu me amas? Em algumas situações indagamos: Onde está Deus que não
responde? Por que Ele não se manifesta? Mas Ele não se esqueceu de nós, ainda
que não sintamos Sua presença. Não devemos confiar em nossos sentimentos quando
diz respeito à presença de Deus. O amor de Deus pode ter um aspecto subjetivo,
isto é, podemos senti-lo, mas seu fundamento é objetivo, Ele provou, em Cristo,
Seu amor para conosco (Jo. 3.16; Rm. 5.8). Ao invés de questionarmos o amor de
Deus, precisamos aprender a enfrentar as adversidades, sobretudo a viver para
Ele. Uma vida dedicada a Deus envolve procedimentos morais. Existem pessoas que
acreditam em uma coisa e fazem outra, faz parte da natureza pecaminosa (Rm.
7.17), mas o normal é agirmos em conformidade com nossa fé (Tg. 2.12), nossas
atitudes devam materializar a fé que esposamos. O relacionamento conjugal deve
ser pautado nos princípios escriturísticos: monogâmico, heterossexual e
indissolúvel (Gn. 2.24), o amor-agape deve ser o fundamento cristão para a vida
conjugal (Ef. Ef. 5.20-33). A esfera financeira também deve ser influenciada
pela nossa fé. Quanto mais confiamos em Deus, menos nos tornamos focados na
autossuficiência e mais contribuímos com o Seu reino. É preciso que os líderes eclesiásticos
levem a sério o evangelho que pregam, e deem exemplo. Assim o povo será motivado
a entregar seus dízimo e ofertas, ao invés de retê-los. Mas não devemos
entregar apenas nosso dinheiro para a obra de Deus, o ser, integralmente, deve
ser apresentado perante Ele (Rm. 12.1). E vivermos diante da realidade do
julgamento divino, que sobrevirá no futuro, o ministério de João Batista
antecipou a revelação do Messias. Mas é provável que o próprio Elias retorne,
por ocasião da Tribulação, a fim de advertir as pessoas quanto ao Dia do Senhor
(Ap. 11.1-14).
CONCLUSÃO
O Deus de Israel não mudou, continua admoestando quanto à sacralidade
do casamento. Deus, não o homem, criou o casamento, entre macho e fêmea (Gn.
1.27). Ele olhou para o homem, e, em sua singularidade, percebeu que não era
bom que aquele estivesse só (Gn. 2.18). Ele também criou a mulher como
auxiliadora, para que estivesse ao lado do homem, para que se multiplicassem
(Gn. 1.28). O casamento cristão deve ser monogâmico, heterossexual e
indissolúvel, sobretudo no Senhor, a fim de evitar os males decorrentes do
casamento misto (II Co. 6.14). Por outro lado, não é pecado o relacionamento
conjugal com uma pessoa descrente, contanto que este tenha sido concretizado
antes da conversão (I Co. 7.12-16).
BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. Ageu, Zacarias e
Malaquias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids:
Bakerbooks, 2006.