ADVERTÊNCIAS
CONTRA O ADULTÉRIO
Texto
Áureo: Pv. 5.15,18 – Leitura Bíblica: Pv. 5.1-6
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Uma das áreas que os autores de Provérbios
apresentam bons conselhos é a da sexualidade humana. Temas variados são
destacados pelos sábios, a fim de que os ouvintes não se deixem enganar pelos
discursos enganadores. O adultério é frontalmente criticado nos Provérbios, em
defesa de uma sexualidade sadia, pautada nas orientações divinas. Na aula de
hoje trataremos a esse respeito, ressaltando, ao final, a cosmovisão cristã
sobre a sexualidade, mostrando que essa pode ser desfrutada dentro do
casamento.
1. A
SEXUALIDADE EM PROVÉRBIOS
O livro sapiencial de Provérbios está repleto de
alusões à sexualidade, sempre com o objetivo de manter a fidelidade no
casamento. Os sábios se referem à esposa, como um manancial, uma fonte ou uma
cisterna, na qual o homem pode saciar sua sede (Pv. 5.12-21). A orientação dos
pensadores é com o intuito de que os jovens fujam da tentação (II Tm. 2.22). O
envolvimento ilícito fora do casamento é reprovado, na medida em que o deleite
conjugal é motivado no casamento. Ao invés de buscar aventurar-se fora do
enlace matrimonial, os cônjuges devem desfrutar do prazer sexual dentro do
casamento. Os textos de Provérbios ecoam as diretrizes da Torah, a fim de que
as pessoas não cometam adultério (Ex. 20.14). O sábio está consciente dos
apelos da juventude, bem como das atrações do pecado sexual. Ele recorre à
metáfora do alimento roubado como atiçamento (Pv. 9.17). Mas as consequências
do adultério são drásticas, o adultério é comparado a uma cova profunda (Pv.
23.27). Um dos principais problemas dos pecados sexuais é que as pessoas não
medem as implicações. Há aqueles que, diferentemente de José (Gn. 39.1-12), que
fugiu do pecado, preferem entregarem-se à tentação. O rei Davi é um exemplo
bíblico que não deve ser imitado nesse particular, ele cedeu ao olhar da concupiscência,
e caiu no pecado do adultério (II Sm. 11.1-5). Muitos estão fazendo o mesmo, os
líderes eclesiásticos têm testemunhado essa realidade. A sociedade na qual
vivemos é extremamente sexualizada, a mídia explora o corpo como um mero
instrumento de satisfação dos desejos. Muitos cristãos estão sendo cooptados
pelos valores deturpados a respeito da sexualidade humana. Os seguidores de
Freud têm reduzido à sexualidade a um mero instinto animalesco. Por causa
disso, cada vez mais as pessoas estão se entregando irresponsavelmente à
concupiscência.
2. AS
CONSEQUÊNCIAS DO ADULTÉRIO EM PROVÉRBIOS
No livro de Provérbios, o adultério é perigoso
porque traz consequências destrutivas para as vidas das pessoas envolvidas (Pv.
5.4-6), pois o adúltero morre por falta de disciplina (Pv. 5.23), ele destrói a
si mesmo (Pv. 6.32), e segue como um boi ao matadouro (Pv. 7.22,23). Esses
conselhos antecipam as palavras de Paulo, a fim de que os crentes fujam da
imoralidade sexual, e para que vivam em santidade (I Ts. 4.7; 5.22). Quando não
atentamos para essas instruções, findamos no caminho da ruína, em tristeza e
culpa (Pv. 5.11-14). Aquelas pessoas que entram pelo caminho enganoso do
adultério convivem com o sentimento de culpa. Essa é uma situação de
condenação, que macula um dos princípios fundamentais do relacionamento
conjugal: a transparência. Adão e Eva, no ato conjugal, estavam nus, e não se
envergonhavam (Gn. 2.25), isso traz uma simbologia, a do pacto entre marido e
mulher na sexualidade. Quando essa aliança é quebrada, através do adultério, a
parte traidora rompe com esse princípio (I Co. 6.13-20). O resultado é a culpa,
que persegue, essa pode ser negada, mas virá através de pesadelos, preocupações,
entre outros sentimentos negativos. Não há outra saída, senão a da confissão,
ainda que seja doloroso, é o primeiro passo para o arrependimento (Pv. 28.13; I
Jo. 1.9). Se esse passo não for dado, o casamento tenderá a ruina, marido e
mulher se afastarão ao longo do tempo, o interesse sexual entre ambos
arrefecerá, os filhos ficarão com o legado
das escolhas equivocadas. Isso acontece porque o adultério, como todo
pecado, não fica impune, por isso se aplica a advertência bíblica: o que o
homem plantar, isso também ceifará (Gl. 6.7,8).
O pecado pode ser aprazível enquanto dura, pode ser agradável à natureza
pecaminosa, mas nunca sai barato, pode levar a ruina também financeira. Muitos
casamentos se desfizeram porque um dos cônjuges, ao invés de investir na
família, preferiu gastar seu dinheiro em experiências extraconjugais. A esse
respeito o sábio indaga: “pode alguém tomar fogo no seio, sem queimar as suas
vestes?” (Pv. 6.27). O adultério pode
resultar em tormento mental, por suspeitar que alguém saiba da sua condição,
que pode levar a doenças físicas, de ordem psicossomáticas, e espirituais, como
o distanciamento progressivo da presença de Deus. É preciso seguir o exemplo
positivo de Davi, confessar o pecado, reconhecer seus males, e se voltar para o
Senhor (Sl. 51).
3. ORIENTAÇÕES
CRISTÃS CONTRA O ADULTÉRIO
Conforme destacamos acima, o arrependimento,
demonstrado em confissão, é o ponto de partida para o reestabelecimento
espiritual (Tg. 5.16). Mas somente isso não é suficiente, é preciso também
resgatar o pacto com o cônjuge, reatando os laços conjugais (Ml. 2.14,15). Os
elos com a outra pessoa envolvida devem ser quebrados. Nessa era de redes
sociais, é recomendável o afastamento de possibilidades de contato com pessoas
que possam levar ao adultério. Colocar a mente nas coisas que são de cima, em
tudo que é nobre, correto, puro, amável, admirável, excelente, digno de louvor
contribui bastante (Fp. 4.8). A maturidade sexual é alcançada quando os
cônjuges são capazes de diferenciar amor de lascívia. Nem todos são capazes de
fazer essa distinção, fundamental para a vida conjugal. Há homens que se
entregam a qualquer oportunidade aventureira que se apresenta. O amor,
construído ao longo de uma vida, é descartado por causa de uma paixão
passageira. O amor é um verbo, e toma tempo, trata-se de uma decisão, exige
sacrifício (Ef. 5.25). Se as pessoas calculassem os custos do adultério,
certamente fugiriam dele, pois as consequências são destruidoras (Pv. 6.32). É
necessário também fazer a distinção entre remorso e arrependimento. Nem sempre
a pessoa confessa porque está arrependida, pode ser um ato de remorso, que
infelizmente não conduz à salvação (II Co. 7.10). O arrependimento é
acompanhado de atitudes de resistência ao pecado (Mt. 26.41). O índice de
crentes que se envolvem no pecado do adultério tem aumentado consideravelmente
nesses últimos anos. As redes sociais têm contribuído para a incidência desse
tipo de pecado nas igrejas. Recomenda-se o uso cuidadoso dessas mídias, fugindo
da pornografia, que pode motivar às práticas aventureiras fora do casamento.
CONCLUSÃO
Ao longo da Bíblia nos deparamos com várias
advertências quanto aos perigos e as consequências do adultério. O livro de
Provérbios apresenta muitos conselhos a esse respeito que precisam ser
considerados. Os cristãos foram criados para a sexualidade, mas nem tudo que é
aprovado pela sociedade é lícito (I Co. 6.12-18). Em Provérbios o sexo é
comparado a um manancial (Pv. 5.18,19), por isso pode ser usufruído dentro do
casamento (Hb. 13.14), respeitando a dignidade dos cônjuges, e fundamentado na
Palavra de Deus (Pv. 6.20-24).
BIBLIOGRAFIA
ELLIS, E. P. Os
Provérbios de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
ORTLUND
JR. R. C. Proverbs: wisdom that
works. Illinois: Crossway, 2012.