TEMA A DEUS EM TODO TEMPO
Texto Áureo: Ec. 12.13 – Leitura Bíblica:
12.1-8
Prof.
Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter:
@subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Ao final
desta série de estudos em Provérbios e Eclesiastes voltamos justamente para o
local onde começamos: o temor do Senhor. O autor do livro de Provérbios destaca
que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv. 1.7). O autor do livro de
Eclesiastes conclui que temer a Deus e guardar seus mandamentos é o dever de
todo homem (Ec. 12.13). Na aula de hoje reforçaremos esse ensinamento,
destacando, a princípio, que temer a Deus não significa ter medo dEle, antes
obedecê-lo, em amor.
1. LEMBRANDO DO CRIADOR
A
juventude é uma etapa na vida de muitas descobertas, muitos rapazes e moças, na
busca desenfreada pelo prazer, acabam se distanciado do Criador. Por esse
motivo, o autor do Eclesiastes convida os jovens a lembrarem do Criador,
justamente nessa fase da vida (Ec. 12.1). Paulo também deu as mesmas instruções
ao jovem pastor Timóteo, orientando que esse seguisse a justiça, a fé, o amor e
a paz (II Tm. 2.22). As opções para a juventude são as mais diversas, muitos se
dedicam exclusivamente para aquilo que traz satisfação, o prazer como um fim em
si mesmo. O risco é o hedonismo distanciado de Deus, ou mais propriamente
irresponsável, que destrata o ser humano. A juventude está sendo dizimada por
causa das drogas, muitos perderam o poder de decidir, se tornaram escravos do
pecado (Jo. 8.34). A orientação do sábio é para que os jovens se lembrem do
Criador, antes que chegue o tempo da velhice, no qual dirão não encontro nele
contentamento. Evidentemente, os velhos têm seu lugar no Reino de Deus,
conforme destaca o salmista, muitos ainda dão muitos frutos (Sl. 92.14). O
pragmatismo moderno pode incitar a desconsideração aos mais idosos. Mas isso
não pode acontecer entre aqueles que servem a Deus. A mensagem do autor do
Eclesiastes é uma comparação, entre o vigor da juventude, a busca pelo prazer,
e a velhice, uma fase também de canseira e enfado (Sl. 90.10). Diante de tudo, a
conclusão final do pregador é: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos;
porque este é o dever de todo homem” (Ec. 12.13), independentemente da idade.
2. APRENDENDO NA ESCOLA DA VIDA
A vida é
uma escola e nela extraímos muitas lições, mas, diferentemente das escolas
convencionais, passamos pelo teste primeiro, e tiramos as lições posteriormente.
No livro de Eclesiastes, Salomão, em sua idade avançada, repassa instruções
para os mais jovens, com base em sua experiência. Esse foi um dos homens mais
sábios que já passou pela terra, estudou e investigou a respeito de vários
assuntos, escreveu livros como Cantares, Provérbios e Eclesiastes (I Ts.
3.3-28). Ele teve o cuidado de organizar seus ensinamentos, dentro de uma
abordagem que em nada deixa a desejar se comparados aos tratados filosóficos contemporâneos.
Assuntos que foram tratados em Eclesiastes podem ser encontrados nos dias
atuais nos escritos de Jean Paul Sartre e Albert Camus, considerados expoentes
do existencialismo. A diferença é que esses não fundamentaram suas reflexões em
Deus, mas nas investigações filosóficas. As palavras de Salomão, por sua vez,
partem do equilíbrio, que procede de Deus (Pv. 8.6-11). Ele reconhecia que não
falava apenas pelo seu intelecto, sua exposição não se firmava em dotes
meramente humanos, mas em Deus, que O inspirou para refletir (Ec. 12.11).
Percebemos, nessa declaração do sábio, a importância de meditar a respeito da
fé. Muitos cristãos supõem que não é preciso refletir a respeito do que se
acredita. Mas Jesus ensinou que uma das demonstrações de amor a Deus é o uso do
pensamento (Mt. 22.37). A fé se sustenta não na razão, mas a razão pode ser
utilizada para justificar a fé, por isso, crer é também pensar. O pensamento
não pode ser um fim em si mesmo, como declara a filosofia moderna, mas é também
uma prerrogativa cristã. A recomendação de Paulo é a de que saibamos em quem
temos crido (II Tm. 1.2), e Pedro admoesta os crentes para que expliquem,
quando inquiridos, sobre a fé que defendem (I Pe. 3.15). Na escola da vida,
aprendamos as lições, a fim de crescermos na graça e conhecimento de nosso
Salvador Jesus Cristo (II Pe. 3.18).
3. TEMENDO A DEUS
Mas a vida
cristã não está fundamentada apenas no conhecimento, é preciso que aqueles que
creem também demonstrem pelas ações, pois a fé sem as obras é morta (Tg. 2.14).
Considerando que a vida é um presente de Deus, devemos viver não para nós
mesmos, mas para Ele (At. 17.24-28). Somos responsáveis pelas nossas atitudes,
não apenas diante dos homens, também perante Deus. Para tanto, devemos temer a
Deus, em atitude de reverência, sobretudo de amor. Esse temor não é a mesma
coisa que medo, muita gente tem medo de Deus, mas no amor não há medo (I Jo.
4.18). Esse é um temor obediente, não por imposição, mas por amor, na
disposição para guardar os mandamentos de Deus (Ec. 12.13). Jesus advertiu que
aqueles que dizem amá-LO guardam os mandamentos dEle (Jo. 14.21). Não devemos
esquecer que o temor de Deus nos livra da impiedade e da autojustiça (Ec.
7.18), do perigo de achar que podemos agradar ao Senhor por meio das nossas
obras (Ef. 2.8-10). Quando tememos a Deus, não somos atraídos pelo pecado (Ec.
5.6; 8.12), esse é o princípio da sabedoria (Sl. 111.10; 9.10). Aqueles que não
querem saber do Senhor serão julgados no futuro, pois o momento chegará em que
Ele fará distinção entre o justo e o injusto (Ec. 12.14). Aqueles que amam a
Deus descansam na promessa de que nenhuma condenação há para eles (Rm. 8.1). Mas
àqueles que morrem distanciados de Deus, que não se dobram a Sua palavra, e se
negam a obedecê-LO, enfrentarão, no futuro, o julgamento final (Ap. 20.11-15).
A Palavra de Deus responsabiliza o ser humano pelas suas ações, isso revela que
não somos produto de um determinismo divino. Todos prestarão contas perante
Deus das suas atitudes, considerando que a todos é dada a oportunidade para
crerem (Jo. 3.16).
CONCLUSÃO
Os
livros poéticos destacam o valor do temor do Senhor, sendo este o princípio da
sabedoria. Essa verdade esboça um paradoxo em relação ao pensamento moderno,
que valoriza apenas o acúmulo de conhecimento. Viver em obediência é o que há
de mais sublime para o ser humano, porque essa é a vontade de Deus. Diante
dEle, a vida que outrora estava destituída de significado, passa a fazer
sentido. Pois nEle, e somente nEle, a nossa obra não é vã, isto é, deixa de ser
vaidade, firmada em uma esperança eterna (I Co. 15.54,58).
BIBLIOGRAFIA
KIDNER, D. A mensagem de Eclesiastes. São
Paulo: ABU, 1989.
WEIRSBE,
W. W. Ecclesiastes: be satisfied. Colorado
Springs: David Cook, 2010.